O
Pantanal representa um mosaico de ambientes aquáticos, permanentemente ou
sazonalmente alagados, e ambientes secos. Estas formações
são fortemente influenciadas por três dos maiores biomas da América do Sul,
em termos da origem das espécies de fauna e flora. Estudos preliminares da
flora local (Prance e Schaller, 1982) mostram uma mistura de árvores do cerrado
do Brasil Central, do chaco boliviano e paraguaio e da Amazônia, assim como espécies
típicas de áreas alagadas.
Nos cerrados é possível encontrar árvores típicas como o
"pequi" (Caryocar brasiliensis), cujos frutos são comestíveis e
muito usados para fazer o famoso licor de pequi de Mato Grosso; a
"lixeira" (Curatella americana), cujas folhas são tão duras e ásperas
que parecem lixas, e o "ipê-amarelo" (Tabebuia caraiba), considerada
a árvore-símbolo do Brasil. Nas florestas secas pode-se encontrar lado a lado
o "jatobá amazônico" (Hymnea courbaril), com seus frutos apreciados
por roedores e alguns pássaros, e a "orelha-de-negro do chaco" (Enterolobium
contortisiliquum). Em conjunto com estas espécies e mais frequente nas
vertentes dos morros estão os cactos de influência do chaco, como o Cereus
peruvianus e Cereus bonplandii, assim como a "coroa de frade" (Oppuntia
stenarthra). Na mesma área encontra-se a "barriguda" (Ceiba pentandra),
com reservatório para acúmulo de água num tecido especial de sua casca, daí
a origem de seu nome popular. Esta árvore pode alcançar até 40 metros de
altura na Amazônia e áreas adjacentes, enquanto que no Pantanal alcança, no máximo,
a altura de 20 metros.
Nas
margens do Rio Paraguai encontram-se matas de galeria dominadas por "ingá"
(Inga spp) e suas vagens típicas, comidas por aves, mamíferos e peixes.
E mais, suas flores são disputadas por beija-flores, abelhas e marimbondos, por
causa de sua alta concentração de néctar. Na mesma mata encontra-se a "piúva
pantaneira" ou, como é conhecida em outras regiões do país, o "ipê-rosa"
(Tabebuia impetigosa), que cria um tapete de flores no chão por volta do
pico da estação seca. As flores são atrativas a aves e mamíferos, de
morcegos à noite à cervos que as comem durante o dia.
Plantas
aquáticas são dominantes nos braços de rios e lagoas, onde podem ser
encontradas "vitórias-régia" (Victoria cruziana), a rainha dos aguapés,
pelo tamanho de suas folhas e por suas flores, como também por sua beleza.
Podem-se também encontrar plantas sem raiz, flutuantes, como a
"baronesa" ou "aguapé" (Eichornia crassipes) ou plantas com
raízes até o fundo, como Echinodorus paniculatus. Muitas destas plantas
possuem reprodução vegetativa durante a época das cheias e, quando as águas
baixam, enraizam-se na lama, mudando sua aparência e produzindo flores para a
reprodução sexuada. Quando confinadas a uma área, produzem jardins de flores
maravilhosos neste estágio de seu ciclo de vida.
Debata
este assunto no Fórum Clique
Aqui
|